dentre todas as pessoas do mundo.

Dentre todas as pessoas do mundo, é você.

Dentre todas as pessoas bonitas, feias, estranhas, interessantes, altas, baixas, magras, gordas, chatas, incríveis, mobrais, pós-graduadas, reclusas e falastronas, reais e dissimuladas, mudas e comunicativas, iguais e tão (in)diferentes, é mesmo você.

Você e essa sua beleza particular. Esse cabelo que teima em mudar de tempos em tempos, esses olhos que – ainda bem – nunca mudam, essa pinta propositalmente pintada logo acima dos lábios e esse jeito delicadamente estabanado de trombar em tudo e em todos a todo momento.

Você e esse seu jeito único. Esse seu foco desfocado que do nada acende de vez e faz o mundo acontecer, sua criatividade em ver espaços na casa para fazer o que quase ninguém faria, sua energia volátil que vai do 220 até desligar a chave de luz em emergência e hibernar um domingo inteiro.

Você e esse quê de só sei que nada sei. Essa sua vontade de cozinhar, mas não sujar nada; de assistir um filme, mas ficar impaciente na terceira cena; de esmagar as gatas, mas reclamar que elas fogem quando você aperta demais; de ficar na cama até tarde, mas de acordar cedo para viajar e conhecer o mundo antes que seja realmente tarde.

Dentre todas as pessoas desse mundo com 7 bilhões de nós, é você com quem gosto de dormir e acordar, concordar e retrucar, proteger e atacar, provocar, brigar e então decretar acordo de paz pelos próximos 100 anos que virão nas próximas 100 horas.

Dentre todas as pessoas do mundo, você.

tempos de guerra.

Em tempos de guerra, te convido a tomar um coquetel molotov comigo. Colocar um colete a prova de balas, deixar as malas prontas e conhecer meu abrigo antibombas.

Em tempos de guerra, te convido a trocar tiros ao invés de beijos. Vamos arremessar granadas da ponte, xingar algum brutamontes, explodir festim em seu peito.

Em tempos de guerra, te convido a ser minha mina terrestre. Nos refugiamos em um campo de concentração, fazemos forno no cano do canhão e dormimos juntinhos em um colchonete.