você em mim.

Hoje bem cedo, me deparei com seus olhos. Foi na rua de casa, entre a calma da floricultura e a avenida em brasa, em uma senhora que me fitou com o olhar risonho.

Ainda outro dia, me deparei com seu sorriso. Foi na fila do supermercado, enquanto eu procurava aflito por um trocado, e o garoto que me ajudava ficou admirando de lado o meu improviso.

Teve uma noite também em que me deparei com seu cheiro. Foi de relance em um bar, aquele onde os caras insistem em ir só para reclamar, e eu toquei ombro com ombro alguma garota que saía do banheiro.

Semana retrasada, tropecei em seu caminhar. Foi na hora do almoço, enquanto eu decidia se mordia meu sanduíche ou ultrapassava outro moço, e dei de cara com uma menina que flutuava ao andar.

E, pra ser sincero, quase todo dia é assim: não sei se te vejo nos outros ou se, espelhado, sou eu que te vejo em mim.

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